Psicomotricidade, Psicologia, Terapia Ocupacional
Psicomotricidade / Psicomotricista
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GERONTOPSICOMOTRICIDADE PARA IDOSOS
Objetivos Gerais
A aplicação de programas de Gerontopsicomotricidade pretende que a população idosa recupere ou mantenha a sua autonomia no dia-a-dia, redescubra o seu corpo e as suas funcionalidades, seja o mais autónoma possível nas suas funções e atividades e vida diária e tenha uma vida ativa.
A memória é outro grande foco deste projeto, onde através de atividades diversas se procura estimular/desenvolver a memória a curto prazo e manter os níveis de memória a longo prazo.
De uma forma geral a Gerontopsicomotricidade procura atuar nas alterações inerentes ao processo de retrogénese psicomotora, onde o trabalho realizado objetiva:
- Promover uma melhor qualidade de vida da população sénior no que respeita à sua adaptação ao processo de senescência e autonomia nas atividades de vida diária;
- Consolidar e manter as aquisições psicomotoras: prevenindo assim o risco de queda, retardando a evolução de problemas cognitivos, de funções de equilíbrio, imagem corporal, postura e tónus;
- Retardar a evolução da sintomatologia de patologias que sejam diagnosticadas ao longo do envelhecimento (como Doença de Alzheimer, Demência Vascular e Parkinson, Acidente Vascular Cerebral, Síndrome Pós-Queda e patologias psiquiátricas/emocionais).
Fases do Programa
O programa de Gerontopsicomotricidade será composto por diversas fases indispensáveis ao processo e que irão permitir uma melhor intervenção no grupo participante. “… Não é possível fazer intervenção psicomotora sem fazer avaliação, alertando que ao intervir sem avaliar, o psicomotricista estaria a impor ao sujeito um modelo de intervenção além de poder não estar adequado às suas características específicas, pode ainda acarretar riscos para a integridade do sujeito.” Pitteri (2004)
Fase 1-- Avaliação Inicial
Num primeiro momento será efetuada uma avaliação individual a cada utente, através da aplicação de diversos testes, com os seguintes objectivos:
1. Avaliar as competências psicomotoras (tonicidade, equilíbrio, motricidade global e fina, esquema corporal, entre outros…) do ponto de vista da funcionalidade, avaliar características neuromotoras, sensoriomotoras, psicoafectivas, representação corporal, organização temporal e espacial, tendo sempre em conta a visão holística do ser humano inerente ao conceito base da Psicomotricidade.
2. Permitir a elaboração de um diagnóstico psicomotor que irá levar a uma tomada de decisão mais consciente para a elaboração de um plano de intervenção. Este processo permite também avaliar os resultados do programa em diferentes momentos e assim fazer um registo de evolução.
Após realizada a avaliação individual, será redigido um relatório da mesma, onde serão focadas as limitações do geronte, mas também evidenciadas as suas capacidades e potencialidades. Através dos resultados obtidos será feita uma análise que irá permitir a ingressão nas sessões de Gerontopsicomotricidade. O relatório de avaliação poderá ser entregue aos cuidadores para que seja assinado e incluído posteriormente no processo individual do utente.
Fase 2-- Delinear o Plano de Intervenção Psicomotora
Após realizada a avaliação dos utentes é delineado o Plano de Intervenção Psicomotora (PIP). Tendo em conta que as sessões de Gerontopsicomotricidade podem ser realizadas em grupo, o plano será delineado com base nos registos de avaliação dos elementos do grupo. Assim, procura-se, de uma forma geral, delinear um plano de intervenção que foque as limitações e potencialidades de todos os participantes. Eventualmente poderão ser necessários ajustes e adaptações ao plano delineado inicialmente.
O Plano de Intervenção Psicomotora será apresentado à diretora da instituição que após revisto será assinado pela mesma e pela técnica responsável pelo projeto. O PIP será documento integrante do processo clínico dos utentes e estará disponível para consulta dos seus familiares.
Fase 3-- Ciclo de sessões de Gerontopsicomotricidade
Depois do Plano de Intervenção Psicomotora ser aceite e assinado por ambas as partes, é dado início ao ciclo de sessões de intervenção psicomotora. As sessões de intervenção psicomotora terão uma periodicidade semanal ou bissemanal e uma duração máxima de 1 hora. Durante a implementação do projeto poderão ser necessárias algumas alterações, que serão comunicadas à direção da instituição bem como às famílias dos utentes em causa.
Fase 4-- Avaliação Intermédias
“A avaliação psicomotora é essencial não só para conceber um plano de intervenção eficaz (definindo objetivos terapêuticos adequados) como para se poder avaliar os resultados da aplicação do mesmo, sendo a observação o principal método de avaliação na intervenção psicomotora” Probst & Vliet (2005)
Sempre que necessário serão efetuadas avaliações intermédias individuais aos gerontes, de forma a perceber a eficácia do plano de intervenção bem como averiguar a necessidade de adaptações ou até possíveis transferências de utentes para sessões individuais. Da avaliação irá ser elaborado um relatório que, como anteriormente, será assinado pela técnica responsável e entregue aos cuidadores para que também assinem.
Fase 5-- Atividades a desenvolver
A Intervenção em Gerontopsicomotricidade é composta por sessões dinâmicas e diversificadas que, com recurso a diferentes atividades, vão estimular diferentes aspetos do envelhecimento.
Algumas atividades que compõem este tipo de intervenção são:
- Atividades de estimulação da motricidade global e fina
- Atividades de estimulação dos fatores psicomotores humanos
- Treino cognitivo (atividades de concentração, atenção, memória e associação)
- Consciencialização corporal (noção do corpo no EU e no outro)
- Estimulação sensorial, atividades que estimulam a criatividade, interação, expressão e linguagem corporal
- Atividades de relaxamento (ativo e passivo).